terça-feira, 17 de março de 2015

"Codex Seraphinianus" o livro mais estranho do mundo

Luigi Serafini



Luigi Serafini (Roma4 de agosto de 1949) é um artistaarquiteto e designer italiano. É mais conhecido por ter criado o Codex Seraphinianus, uma enciclopédia visual sobre um mundo fictício escrita em uma língua inexistente.

Codex Seraphinianus foi originalmente publicado em 1981 como uma edição limitada de 5.000 cópias. Foi republicado em quatro ocasiões: primeiro em uma edição em inglês no ano de 1983 e, depois, em inglês, espanhol e francês na década de 1990 -- cada vez limitada a 5.000 cópias. Em 2006 foi, finalmente, publicado em grande escala.
Muitos alegam terem sido inspirados por esse trabalho, como Roland BarthesItalo CalvinoPhilippe Decouflé e Douglas Hofstadter.
Não se sabia ao certo se a linguagem do texto possuia um sentido, havendo indícios de que possivelmente se tratasse de uma escrita assêmica ou automática. Mais tarde, o autor da obra revelou que a linguagem do Codex não possui nenhum significado, e que sua intenção era reproduzir o efeito causado em uma criança analfabeta, que tem consciência de que as palavras e símbolos possuem um sentido porém não consegue interpretá-las.

Codex Seraphinianus é uma enciclopédia sobre um mundo imaginário com um texto indecifrável com mais de mil desenhos feitos pelo artista e arquiteto italiano Luigi Serafini entre 1976 e 1978. A primeira edição do livro foi publicada em 1981 pela Franco Maria Ricci. Em 2006, o livro foi relançado na Itália pela editora Rizzoli numa edição mais económica, porém com excelente qualidade de impressão.
Entre os muitos cultores do Codex contam-se Italo Calvino, Federico Zeri, Vittorio Sgarbi, Giorgio Manganelli, Achille Bonito Oliva, Tim Burton, Douglas Hofstader, Philippe Decouflé, John Cage.
Durante trinta meses o artista italiano dedicou-se integralmente a dar forma ao Codex Seraphinianus, um livro de quase 400 páginas que, de maneira fantástica e visionária, reinterpreta a zoologia, a botânica, a mineralogia, a etnografia, a arquitetura etc.
A indecifrável escrita da língua serafiniana, que percorre o livro inteiro, expressaria as seções, as legendas de desenhos e a numeração. O todo forma um conjunto homogêneo e coerente(?!) graças à criatividade do artista presente em cada página. Duas páginas contêm, entretanto, no interior das “ilustrações”, termos em francês e em inglês que não formam um sentido imediato: "fille orgiaq surgie et devinée", "le premier jour” “you” “bien” “desir” etc.
Na primeira página, um desenhista, cujo antebraço é uma caneta estilográfica, escreve, sobre um bloco apoiado a um cavalete, as palavras acima transcritas. Estas apresentam-se como desenho, o que ocorre no próprio Codex. Pelo chão, encontram-se palavras esparramadas como manchas de tinta. Dentro desse mundo imaginário, as palavras em francês e inglês parecem produzir o mesmo efeito que a escrita serafiniana produz em nós. Na segunda página, o escritor–desenhista encontra-se ao chão, assassinado com uma caneta esferográfica enfiada na barriga e do seu corpo escorre nanquim, que é seu sangue.
Por meio de suas imagens o artista convida o leitor a pensar num mundo cuja compreensão não está numa leitura construída com símbolos convencionais, e sim numa outra leitura expressa por um intricado sistema de signos que remetem a outros signos, que remetem a outros signos etc.






















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