Luigi Serafini
Luigi Serafini (Roma, 4 de agosto de 1949) é um artista, arquiteto e designer italiano. É mais conhecido por ter criado o Codex Seraphinianus, uma enciclopédia visual sobre um mundo fictício escrita em uma língua inexistente.
O Codex Seraphinianus foi originalmente publicado em 1981 como uma edição limitada de 5.000 cópias. Foi republicado em quatro ocasiões: primeiro em uma edição em inglês no ano de 1983 e, depois, em inglês, espanhol e francês na década de 1990 -- cada vez limitada a 5.000 cópias. Em 2006 foi, finalmente, publicado em grande escala.
Muitos alegam terem sido inspirados por esse trabalho, como Roland Barthes, Italo Calvino, Philippe Decouflé e Douglas Hofstadter.
Não se sabia ao certo se a linguagem do texto possuia um sentido, havendo indícios de que possivelmente se tratasse de uma escrita assêmica ou automática. Mais tarde, o autor da obra revelou que a linguagem do Codex não possui nenhum significado, e que sua intenção era reproduzir o efeito causado em uma criança analfabeta, que tem consciência de que as palavras e símbolos possuem um sentido porém não consegue interpretá-las.
O Codex Seraphinianus é uma enciclopédia sobre um mundo imaginário com um texto indecifrável com mais de mil desenhos feitos pelo artista e arquiteto italiano Luigi Serafini entre 1976 e 1978. A primeira edição do livro foi publicada em 1981 pela Franco Maria Ricci. Em 2006, o livro foi relançado na Itália pela editora Rizzoli numa edição mais económica, porém com excelente qualidade de impressão.
Entre os muitos cultores do Codex contam-se Italo Calvino, Federico Zeri, Vittorio Sgarbi, Giorgio Manganelli, Achille Bonito Oliva, Tim Burton, Douglas Hofstader, Philippe Decouflé, John Cage.
Durante trinta meses o artista italiano dedicou-se integralmente a dar forma ao Codex Seraphinianus, um livro de quase 400 páginas que, de maneira fantástica e visionária, reinterpreta a zoologia, a botânica, a mineralogia, a etnografia, a arquitetura etc.
A indecifrável escrita da língua serafiniana, que percorre o livro inteiro, expressaria as seções, as legendas de desenhos e a numeração. O todo forma um conjunto homogêneo e coerente(?!) graças à criatividade do artista presente em cada página. Duas páginas contêm, entretanto, no interior das “ilustrações”, termos em francês e em inglês que não formam um sentido imediato: "fille orgiaq surgie et devinée", "le premier jour” “you” “bien” “desir” etc.
Na primeira página, um desenhista, cujo antebraço é uma caneta estilográfica, escreve, sobre um bloco apoiado a um cavalete, as palavras acima transcritas. Estas apresentam-se como desenho, o que ocorre no próprio Codex. Pelo chão, encontram-se palavras esparramadas como manchas de tinta. Dentro desse mundo imaginário, as palavras em francês e inglês parecem produzir o mesmo efeito que a escrita serafiniana produz em nós. Na segunda página, o escritor–desenhista encontra-se ao chão, assassinado com uma caneta esferográfica enfiada na barriga e do seu corpo escorre nanquim, que é seu sangue.
Por meio de suas imagens o artista convida o leitor a pensar num mundo cuja compreensão não está numa leitura construída com símbolos convencionais, e sim numa outra leitura expressa por um intricado sistema de signos que remetem a outros signos, que remetem a outros signos etc.
Codex Seraphinianus imagens
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