sábado, 17 de janeiro de 2015

Entrevista a António Durão, autor português de "Sangue Frio"

Conheci o escritor António Durão através das redes sociais (facebook).
Foi o próprio escritor que se dirigiu a mim e me apresentou o seu recente livro "Sangue Frio" que é o 1º de uma trilogia que relata uma das mais elaboradas vinganças à escala global. 
Fiquei desde logo entusiasmada com a leitura do livro.
O resultado foi uma pequena conversa entre o Marcas de Leitura e António Durão.


1)       Como começou sua paixão pelos livros?

Se disser desde que comecei a juntar as letras, tinha eu 3-4 anos, não estarei a mentir. Sempre gostei de ler e esse espírito sempre me foi incutido pelos meus pais. Nos anos 70 não tínhamos a panóplia de distracções digitais que existem hoje pelo que ou líamos ou brincávamos. Mas vem de muito longe, já ;-) 


2) Quando e como surgiu o gosto pela escrita?

Objectivamente aos 16 anos. Cheguei a escrever um livro com cerca de 400 páginas (em folhas A5) em 1987 que ficou na gaveta. Chegou a ser corrigido pela minha avó, uma conhecida professora do 1º ciclo da Figueira da Foz mas... não passou disso. Ainda hoje guardo com um carinho especial esse manuscrito.


3) Faz da escrita a sua profissão ou não?

(Ainda) Não. Tenho um projecto a 5 anos com a editora Talentilicious do meu grande amigo Miguel Babo que aceitou levar este projecto a bom porto mas sou empresário na Figueira da Foz e director de um grupo de empresários local. Quem sabe um dia. É sempre um sonho. Como Walt Disney disse, “if you can dream it, you can do it”. Gosto mais das frases na lingua original.


4) De onde surgem os seus personagens, imaginação ou realidade?

É um processo estranho. Só consigo que o processo criativo se desenvolva se estiver com o meu portátil à frente. Caso contrário não sai nada. Simplesmente bloqueio com uma folha de papel e uma caneta.
Quando estou com as mãos no teclado parece que as coisas acontecem por magia. Não tenho que pensar. Simplesmente a imaginação guia-me pelas tramas, personagens, lugares, tempos etc.. É agradavelmente estranho. Já aconteceu, no dia a seguir, ler o que escrevi e não reconhecer o que fiz.

As personagens, obedecendo a este processo são um mix. Tenho personagens que vou recuperar à história e fundo-as com a trama, essa sim, ficção pura.


5) Dos livros que já escreveu, qual o seu personagem favorito?

Viktor Marakov, um moscovita de 49 anos que foi secretário geral de sua santidade o Papa Bento XVI e que é um admirador (quase fanático) de Adolf Hitler. É a personagem mais marcante de “SANGUE FRIO “ (Já editado) e será preponderante em “A Revolta” - continuação de “Sangue Frio”, e no “O complexo de Deus”

Já tenho alinhavada a trama do 4º livro “REQUIEM AO PODER” e este personagem, que evoluirá e envelhecerá nos outros 2 livros que faltam, terá um papel fabuloso neste livro. Conto escrevê-lo em 2017.

Temos que pensar à frente ;-)
 


6) Qual o livro mais marcante que já leu até hoje?

“Um estranho numa terra estranha”, de Robert Heinlein. Sem dúvida. Lê-lo com 15 anos marca!

7) Já alguma vez se deparou com alguém a ler um livro escrito por si? Se sim, como se sentiu?

É uma sensação, acima de tudo, de satisfação. Escrevi o livro para mim, essencialmente. Saber que um leitor o lê com “os meus olhos” é uma sensação de missão cumprida. Ainda hoje, 2 pessoas me deram os parabéns pelo ritmo da história, pela trama mas acima de tudo pela forma “visual” como está escrito. Foi uma preocupação propositada para transportar o leitor para dentro do livro.


8) Qual a sensação, ao deslocar-se a uma superfície comercial, e ver os seus livros à venda?

Indescritível. Soberba, mesmo ;-)


9) Quando está a escrever um livro partilha a história com alguém para se aconselhar?

A minha mulher. O meu crítico favorito ;-)

10) Qual o seu autor preferido?

Ken Follet, sem dúvida

11) Segue o género literário do seu autor preferido, ou adopta outro?


Acho que tenho o meu. Com uma vivência ligada à leitura e ao cinema é normal que tenhamos influências, por mais recônditas que sejam mas tento ter o  meu estilo. Descritivo sem cansar e literatura de acção, com ritmo.


Para já fico-me por aqui e agradeço desde já a sua disponibilidade e simpatia.




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