quarta-feira, 11 de março de 2015

O Monstro de Monsanto de Pedro Jardim (opinião)

Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 280
ISBN: 9789896266424

Dimensões: 160 x 235 x 22 mm
Encadernação: Capa mole
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática:
Livros em Português
Literatura > Thriller


Sinopse
Uma rapariga encontrada morta na floresta de Monsanto. Um delicado vestido azul a cobrir o corpo. O cabelo cuidadosamente penteado. Uma máscara de papel branco com um poema de Florbela Espanca sobre o rosto. É este o cenário que Isabel Lage, inspetora da Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária, encontra no local do crime. A primeira vítima de um serial killer que não deixa pistas, que habilmente se move pela floresta e que parece conhecer todos os passos da polícia. Isabel está apostada em resolver este mistério e fazer justiça em nome das mulheres que morrem às mãos de um assassino frio e calculista. Mas todas as pistas levam a João, o seu antigo companheiro de patrulha, e com quem partilhou mais do que aventuras profissionais. Pedro Jardim, chefe de polícia com experiência em investigação criminal, traz-nos no seu romance de estreia um thriller empolgante e arrebatador que nos prende até à última página. Pode haver um monstro em qualquer um de nós...


A primeira abordagem à história, mostra-nos a capacidade perante a imaginação do narrador enquanto apaixonado por Florbela Espanca. Assim como a poetisa, sentimos logo de inicio que a vida do personagem é confusa, perturbada e carregada de sentimentos íntimos.
A linguagem é directa e corrente, usada na prática profissional dos protagonistas. Talvez não estejamos muito habituados a ler livros com uma linguagem tão aberta, mas se pensarmos que estamos a ler um livro onde a história é passada por profissionais que tem uma vida activa praticamente na rua, não ficaremos tão chocados com as primeiras impressões.
Logo de inicio fiquei curiosa com o final que se adivinhava misterioso e macabro.
É a história de dois colegas de serviço Isabel e João (apaixonados um pelo outro, mas nenhum admite a paixão que nutrem), Agentes da PSP e a narrativa é repleta de mistério, acção, reviravoltas e suspense.
O Monstro de Monsanto é uma investigação policial enérgica, perante um criminoso frio, insensível e cruel num cenário de morte e violência.
Uma mente perversa e imaginária que habitava dentro do personagem! O enredo é composto por um conflito de personalidades vivido pelo protagonista. 
Será que este tinha dupla personalidade?
A nossa consciência por vezes trai-nos e leva-nos a praticar comportamentos e alterações mentais ou psicológicas, neste caso transformações mórbidas.
O João começa a ter comportamentos e transtornos mentais, associados à agressividade, ansiedade, irritabilidade, o álcool, etc. Diferentes modos de pensar e de se comportar, influenciam psicologicamente o personagem.
Nota-se no autor que está habituado a lidar com o stress profissional na polícia, sabe conduzir uma investigação criminal.
O autor prende-nos a atenção, por meio de um clima de tensão, que constitui a organização, em torno da acção.  
Um livro que mexe com os sentimentos, a psique e a mente de qualquer um.
Gostei da história, embora houvesse pontos que poderiam ter sido mais desenvolvidos e contextualizados, gostei das partes em que o narrador relata em poesia e o suspense com que o autor nos deixa até à resolução final do enigma.
“Num desses dias, o sol, acanhado, entrava de mansinho pela janela do meu quarto, mas não alegrava as paredes escuras, não aclarava o estado em que me encontrava; sentia-me negro tudo se desvanecia, era como uma escuridão sem fim, sem regresso. Não que as paredes estivessem pintadas desse sentimento que me consumia, não que o sol não as aquecesse; era assim que me sentia, era a forma como delineava a minha realidade, a minha existência.”
Os meus parabéns ao Pedro Jardim e à A Esfera dos Livros por apostar em autores nacionais.

Sobre o autor


O autor nasceu em 1976 na cidade de Lisboa.
Aos nove anos de idade, os seus pais regressaram às origens e foi viver para Vila Viçosa.
Descobriu desde cedo nas artes, uma forma de vida. A escrita é algo emergente e aos pouco vai tomando parte da sua vida, é mesmo uma nova paixão.
Tem como habilitações académicas, a Licenciatura em Sociologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Crónicas do Avô Chico - Nostalgia da minha Infância no Alentejo
 é o seu primeiro livro, com o qual pretende dar a conhecer as gentes da terra, Vila Viçosa, e homenagear o seu avô materno Francisco da Silva Jardim, o Chico das Maravilhas.




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