segunda-feira, 2 de março de 2015

Entrevista a Rosania Stival (R. A. Stival), autora de O Vestido Cor de Pêssego



Rosania Stival divide o seu coração entre o Brasil, país em que nasceu e cresceu, e Portugal, onde vive há 8 anos. É formada em Letras e Psicologia, e é professora de Língua Portuguesa. O seu romance de estreia,
 O Vestido Cor de Pêssego, teve a sua primeira versão em 1997, como um conto de 16 páginas.
Em 2013, as personagens ganham nova vida e a história recebe mais cor, acção, romance, e maior dimensão humana, mostrando dramas pessoais e colectivos, num período marcado por grande efervescência política e social. Em 2014, a saga dos
 Hussardos e Dragões, aqui iniciada, já promete mais paixões e aventuras que fervilham na cabeça e na ponta dos dedos de Rosania Stivali, noite fora… Uma autora forte e apaixonada por histórias e pelas suas personagens, que arrasta consigo qualquer leitor que goste de vibrar, ver e sentir aquilo que lê. Afinal, é o amor que move a Lua e as estrelas, é o amor que nos faz leitores e amantes.





Estivemos à conversa com Rosania Stival de uma delicadeza e cortesia extrema. Foi um prazer ter partilhado estas palavras com a autora que vos deixo aqui. 


1) Rosania, como começou a sua paixão pelos livros?

Através das histórias de banda desenhada (ou histórias em quadrinhos no Brasil). Quando eu era pequena meus tios, que na época, ou estavam na adolescência, ou mal tinham saído dela,  liam para mim . Também ouvi muitas histórias contadas pelo meus avós e pelos meus pais

2)  Quando e como surgiu o gosto pela escrita?
Desde que me lembro, sempre gostei de escrever, porque sempre gostei de inventar histórias, porque cresci ouvindo contarem histórias.
3) Faz da escrita a sua profissão ou não?
Não… mas bem que gostaria. Viver da escrita é coisa para poucos felizardos, creio eu.
4) De onde surgem os seus personagens, imaginação ou realidade?
Da imaginação, entretanto creio que eles sempre viveram dentro de mim, de alguma maneira.
5) Dos livros que já escreveu, qual o seu personagem favorito?
Bom… eu escrevi somente um (e espero que não fique só por este). Estou a escrever o segundo livro da saga Hussardos e Dragões, que agora é a história do médico Philipe Rivail. Esta personagem aparece no primeiro livro – Philipe forma um triangulo amoroso juntamente com Amadeus e Adeline. Confesso que não tenho um preferido. Amo todas a minhas personagens indistintamente, como os dedos da mão. Pode até parecer conversa de mãe, mas confesso que é assim que me sinto com relação a eles.
6) Já alguma vez se deparou com alguém a ler um livro seu? Se sim, como se sentiu?
Sim, várias vezes. Gosto muito de saber o feedback que os leitores podem me proporcionar. Aliás, é algo que eu estimulo bastante – nunca perco a oportunidade de falar com eles e, principalmente, ouvir o que eles têm a me dizer sobre o que leram. Pela minha página do Facebook é muito habitual eu ter esse tipo de contato.

7) Qual a sensação, ao deslocar-se a uma superfície comercial, e ver os seus livros à venda?
É uma sensação muito boa, realmente gratificante. A primeira vez que isso aconteceu eu literalmente fiquei com cara de boba e até postei a foto no meu Facebook.

8) Quando está a escrever um livro partilha a história com alguém?
Às vezes sim, apenas um ou outro trecho. Partilhar a história no momento da escrita acaba por nos desviar do caminho. Melhor servir o «bolo» pronto.
9) Qual o seu autor e livro preferido?
Sempre me perguntam isso e eu acho uma questão difícil de responder: meu gosto flutua entre os autores clássicos da literatura de Língua Portuguesa – os que estudamos aqui e no Brasil, os estrangeiros até Stan Lee. Não sei dizer, mas a verdade é que gosto de ler textos bem escritos e bem traduzidos, textos que me dizem alguma coisa, que me deem a sensação de sair deles mais enriquecida de alguma maneira – nem que seja ter apenas enriquecido meu momento de ócio.
10) Segue o género literário do seu autor preferido, ou adopta outro?
Não sei. Escrevo aquilo que passa pelo meu cérebro e pelo meu coração. Acho impossível não tentarmos, mesmo que inconscientemente, imitar alguém que admiramos. Com certeza isso deve acontecer comigo também – afinal apaixonamo-nos pela literatura em algum momento da vida, e por causa de alguém especificamente…e somos uma «cria» desta paixão. Impossível não carregarmos estes sinais connosco.
11) Quando termina de escrever um livro, qual a sensação?
De alegria e alívio, pois fico com receio de não cumprir meu objetivo final, que é o de completar a história que comecei a escrever. Mas depois advém aquela sensação de «ninho vazio». É difícil abandonar esse universo paralelo que foi criado durante o processo de escrita.
12) Como vê o momento actual da Literatura em Portugal?
Sempre foi bastante rico em se tratando da qualidade dos escritores e da variada gama de temas que são abordados. De um modo geral, vejo que o português é um povo que gosta de ler (e acho que não poderia ser diferente); mas sinto pena que o momento económico atual não propicie às pessoas maior possibilidade de contato com a cultura.

13) Tendo nascido num país diferente do que habita, como é recebida pelos seus leitores quando vai ao Brasil?
Muito bem. O Vestido Cor de Pêssego, teve uma edição independente em Setembro de 2013, em formato e-book pela Amazon, e devo dizer que recebi grande apoio de meus amigos e conhecidos do Brasil e também daqui de Portugal. Recebi uma resposta bastante positiva de todos os que leram e que começaram a insistir para que eu apresentasse o texto a uma editora.
Ainda não tive a alegria de ir ao Brasil depois de ter lançado O Vestido Cor de Pêssego pela Planeta… mas já andam a cobrar-me essa visita, já faz tempo, sobretudo as pessoas de minha terra natal, Cosmópolis, no interior do Estado de São Paulo: eles sempre tiveram um carinho imenso por mim e acompanharam e acompanham de muito perto o início de minha aventura pelo mundo da escrita lendo, comentando, incentivando-me, partilhando meus textos e  meus «posts», desde o início. Tudo isso é muito importante e comemorar cada vitória com eles foi espetacular.

14) Onde se sente mais acarinhada?
Tenho recebido muito carinho tanto por parte do Brasil, como aqui em Portugal. No Brasil estão em pulgas, porque querem que o livro seja publicado lá – e confesso que também gostaria muito, por todos os motivos. Em Portugal, sou muito acarinhada pelas pessoas que leram o primeiro livro e já começam a me perguntar quando o outro livro vai sair.
Sinto-me acarinhada pela minha editora, Ana Maria Pereirinha e pelos profissionais fantásticos da Editora Planeta.
Recebo muito apoio dos profissionais da Biblioteca Municipal de Abrantes, minha terra portuguesa. Abrantes faz parte do cenário do segundo romance da série Hussardos e Dragões e que vai contar a história do Dr Philipe Rivail. A personagem feminina, Aurélia dos Reis, é portuguesa e de Abrantes.
Sinto-me acarinhada por leitores de Abrantes e também pelos leitores de vários locais de Portugal, bem como leitores que me acompanham do Brasil – alguns deles nem conheço pessoalmente, mas acabamos por nos falarmos pelo Facebook …  
As pessoas que leram O Vestido Cor de Pêssego acabam por fazerem a divulgação, por comentarem, compartilharem – isso é maravilhoso. A internet tem dessas coisas: amigos meus que vivem nos Estados Unidos e na Alemanha, por exemplo, tiveram a oportunidade de ler o meu livro e de me darem seu feedback da leitura.
Enfim, considero-me bastante acarinhada por todos e tenho até receio de esquecer-me injustamente de alguém, quando começo a citar – e já me antecipo pedindo desculpas.
15) Como vê a divulgação dos bloggers literários?
Uma coisa maravilhosa. A aceitação d’ O Vestido Cor de Pêssego por parte dos bloggers foi fantástica: leram o livro, deram a opinião, divulgaram… que mais poderia eu desejar? Estar em contato com os bloggers é algo que também me dá bastante gosto. Sou eu que tenho muito que agradecer e de estar à altura das expectativas dessa gente fantástica e tão comprometida em divulgar a literatura.
16) Quer deixar alguma mensagem especial aos seguidores do blog Marcas de Leitura?
Em primeiro lugar, meu abraço carinhoso e meus agradecimentos ao Blog Marcas de Leitura e à Manuela Santos pelo carinho e pela atenção. Gostaria de avisar que tenho uma página no Facebook com o meu nome – Rosania Stival, onde poderão entrar em contato comigo, se assim o desejarem, conversarem sobre O Vestido Cor de Pêssego, ou outro assunto de interesse. E, a mensagem que gostaria de deixar aos seguidores do Blog Marcas de Leitura, é que prestigiem a literatura de Língua Portuguesa e seus autores – sobretudo a nacional. Leiam, consumam, divulguem, compartilhem.
Muito obrigada a todos.

Para já fico-me por aqui e agradeço desde já a sua disponibilidade, carinho e simpatia.

Muito obrigada, desejo-lhe os maiores sucessos!



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