Laura
Alho nasceu a 15 de Abril de 1982, em Albergaria-a-Velha, e reside em Aveiro.É
formada em Psicologia, com especialização em Psicologia Forense, uma das suas
paixões.
Encontra-se a tirar o doutoramento na mesma área, explorando
possibilidades complementares de auxílio à investigação criminal, na
Universidade de Aveiro – onde também colabora na lecionação de unidades
curriculares.
O seu entusiasmo pela escrita surgiu desde que começou a desenhar
palavras e a dar vida aos personagens da sua imaginação, e é através dela que
comunica e partilha as suas experiências reais e ficcionais.
Um paraíso no inferno é a sua primeira obra, e nela nasceram alguns personagens que irão ter
continuidade noutras estórias.
Podem consultar http://umparaisonoinferno.blogspot.pt/
E porque hoje é o Dia da Mulher, estivemos à conversa com uma Grande Mulher. Foi um prazer conversar consigo. Muito obrigada Laura :)
1) Como começou a sua paixão pelos livros?
Não me consigo recordar de uma data específica.
Lembro-me de não saber ler e de inventar histórias para todas as ilustrações
que via. Sempre pedi livros como prendas, porque achava que não havia melhor
presente para receber do que um monte de livros novinhos e prontos a serem
devorados. Quando comecei a trabalhar e ganhar um salário, boa parte dele era
investido nas livrarias. Aliás, ainda hoje o é!
Em suma, sesde que tenho memórias de mim própria, também tenho memórias da minha paixão pelos livros e pela sua magia. Creio que todos os apaixonados por livros partilham da mesma opinião!
Em suma, sesde que tenho memórias de mim própria, também tenho memórias da minha paixão pelos livros e pela sua magia. Creio que todos os apaixonados por livros partilham da mesma opinião!
2) Quando e como surgiu o gosto pela escrita?
Penso que o gosto pela leitura
trouxe, inevitavelmente, o gosto pela escrita. Acho que são quase
indissociáveis para mim. Os livros sempre me alimentaram a imaginação e, por
essa razão, sempre inventei histórias e sempre as escrevi. Guardo religiosamente
todos os meus cadernos e diários, desde a escola primária, até aos dias de
hoje.
A escrita sempre foi um escape saudável para mim. Costumo dizer que é terapêutico! Sou capaz de estar horas a fio a compor personagens fictícios ou a escrevinhar sobre situações reais. Rabisco ideias e pensamentos constantemente. É um ato de inteligência que desenvolve o nosso pensamento e nos torna mais críticos e atentos. Devíamos todos fazê-lo!
A escrita sempre foi um escape saudável para mim. Costumo dizer que é terapêutico! Sou capaz de estar horas a fio a compor personagens fictícios ou a escrevinhar sobre situações reais. Rabisco ideias e pensamentos constantemente. É um ato de inteligência que desenvolve o nosso pensamento e nos torna mais críticos e atentos. Devíamos todos fazê-lo!
3) Faz da escrita a sua profissão ou não?
Não e sim. Passo a explicar.
Sou formada em psicologia forense e atualmente encontro-me a tirar o
doutoramento em Psicologia, trabalhando na investigação. A minha dedicação ao
doutoramento é quase exclusiva. No entanto, publicar “Um paraíso no inferno”
foi uma decisão consciente e ponderada sobre o futuro. Decididamente, depois do
doutoramento, irei dedicar-me com mais afinco à escrita. Até lá, e já falta
pouco, tenciono terminar o segundo livro e ir avançando com o terceiro, para o
qual já há uma ideia construída.
4) De onde surgem os seus personagens?
Surgem não só da imaginação
como das vivências reais. Os meus personagens têm sempre algo real e
autobiográfico. É-me fácil transpor situações do dia a dia para o papel,
sobretudo quando estou familiarizada com os temas nos quais quero trabalhar e
nas mensagens que quero transmitir.
5) Tem algum personagem favorito?
Do livro “Um paraíso no
inferno”, tenho dois: a Marta Brandão e Deus. De todos os personagens que
escrevi ao longo dos anos, a Marta é aquela pela qual tenho um carinho especial.
Foi, em tempos, uma projeção minha, e é uma personagem completa, misteriosa e
apelativa (que vai ter continuidade no segundo livro). Em relação a Deus – como
resolvi chamá-lo – é a minha voz da consciência. Foi um personagem que me
permitiu desenvolver a nível pessoal, enquanto escrevia os seus diálogos.
Tornou-se na minha fonte de inspiração ao longo do livro e, por isso, também
merece um destaque especial.
6) Já alguma vez se deparou com alguém a ler um livro seu? Se sim, como se sentiu?
Sim, já me aconteceu. Já me
aconteceu estar no comboio ou em pastelarias e ver alguém com o meu livro na
mão ou num saco de uma livraria. Também já me aconteceu estar na livraria e ver
alguém pegar no livro, folheá-lo e decidir levá-lo. A sensação é indescritível.
Para uma autora ainda pouco reconhecida como eu, é deveras gratificante
perceber que há interesse por parte do público.
Recebo vários emails de pessoas que se encontram em locais geograficamente distintos a partilhar a sua opinião do livro e acho que não há reconhecimento maior do que esse: ter alguém a “perder” um pouco do seu tempo a escrever umas linhas sobre o que sentiram ao ler “Um paraíso no inferno” e de que forma as inspirei. Alegram-me logo o dia!
Recebo vários emails de pessoas que se encontram em locais geograficamente distintos a partilhar a sua opinião do livro e acho que não há reconhecimento maior do que esse: ter alguém a “perder” um pouco do seu tempo a escrever umas linhas sobre o que sentiram ao ler “Um paraíso no inferno” e de que forma as inspirei. Alegram-me logo o dia!
7) Qual a sensação, ao deslocar-se a uma superfície comercial, e ver os seus livros à venda?
É uma sensação muito boa.
Quando vi o meu livro em destaque pela primeira vez na Bertrand, fiquei
emocionada. É algo que me faz sentir realizada e que me faz querer continuar a
escrever e a partilhar com as pessoas os meus escritos. Saber que já chegou ao
Brasil também me deixa verdadeiramente feliz!
8) Quando está a escrever um livro partilha a história com alguém para se aconselhar?
No caso de “Um paraíso no
inferno” só três pessoas leram o livro antes de o publicar. Na altura, o livro
já estava escrito há oito anos e quis que alguém o lesse. Não tanto para me
aconselhar, mas para garantir que a história era cativante. Já o segundo livro
que está em vias de ser terminado, terá revisão científica porque há alguns aspetos
que quero garantir que sejam tão verdadeiros quanto possível, dentro daquilo
que é a ficção.
9) Qual o seu autor e livro preferido?
Eis a pergunta mais difícil que me é colocada! Não sei se consigo ter um
autor ou um livro preferido. Sou uma leitora devota de romances e policiais.
Talvez o livro que mais me tenha marcado, por estar numa situação vulnerável e
de consciencialização, tenha sido “A saga de um pensador” de Augusto Cury. Foi
um livro revelador.
10) Segue o género literário do seu autor preferido, ou adopta outro?
Como não tenho um autor
preferido, mas sim vários e todos eles com estilos de escrita e géneros
diferentes, tento não me “colar” a nenhum. Aliás, de livro para livro tento
colocar algo de novo na escrita. Acho que essa é a magia de escrever: dissertar
sobre o que quero da maneira que quero, sem ter que seguir um estilo ou um
género específicos.
11) Quando termina de escrever um livro, qual a sensação?
É uma sensação imensa de
satisfação. É uma vitória chegar ao fim de um livro que começou com uma ideia e
que, no final, está completamente diferente daquilo que tinha imaginado. No
momento em que começo a escrever e a desenvolver a história, surgem imensas
possibilidades não pensadas até então. É exigente escrever um livro que seja
completo, isto é, que tenha personagens cativantes, que seja rico em histórias,
e que esteja repleto de mensagens que possam levar à reflexão por parte dos
leitores. Enquanto leitora exigente que sou, também exijo que os meus escritos
tenham qualidade. Por isso, chegar ao fim de um livro é garantir que consegui
cumprir o meu objetivo de ter uma obra cativante (pelo menos para mim).
12) Como vê o momento actual da Literatura em Portugal?
Hoje em dia, publicar um livro
não é uma dificuldade como era há décadas atrás. A facilidade de publicação dá
a possibilidade a autores anónimos de tentarem a sua sorte no mundo da escrita.
E isso oferece ao leitor um vasto leque de alternativas, de todos os géneros, e
para todos os gostos. Portugal tem grandes autores e acredito que, apesar da
fase crítica económico-social pela qual estamos a atravessar, os livros
continuam a ser um bem que se adquire pelo prazer de ler, pelo escape da vida
diária, pela cultura. Além disso, é nos momentos críticos que se fazem
oportunidades e se criam obras de excelência. A literatura nacional atravessa
uma boa fase e, daqui a uns anos, poderemos constatar a elevação de alguns dos
novos (e promissores) autores de hoje.
13) Como vê a divulgação dos bloggers literários?
Eu própria comecei com um blog
há muitos anos. Foi através do blog “Um paraíso no inferno” (o mesmo nome do
livro) que comecei a partilhar alguns dos meus textos, contos e crónicas. Daí
ao livro foi um passinho. Sei como, de repente, um blog se torna viral e sei o
trabalho que dá geri-lo e mantê-lo atualizado. Por essa razão, admiro todos os
bloggers. Aqueles que se dedicam às críticas e divulgações literárias são, para
mim, os que mais me interessam. Já li vários livros recomendados através destes
blogs e não me dececionei! Trata-se de um excelente meio de divulgação, e é um
hobbie (ou profissão, para alguns) que tem o meu devido reconhecimento.
14) Quer deixar alguma mensagem especial aos seguidores do blog Marcas de Leitura?
Claro que sim! Quero, antes de mais, dar-vos os parabéns por serem
amantes da leitura e por dedicarem parte do vosso tempo a esta atividade tão
gratificante, e quero desejar-vos a todos as maiores felicidades! Se há coisa
que aprendi ao longo destes anos é que devemos agarrar-nos a tudo aquilo em que
acreditamos e que nos faz sentir felizes. Esse deverá ser o propósito da nossa
vida: sermos pessoas realizadas.
Conheci há pouco tempo o blog Marcas de Leitura e fiquei fã. Um blog
atualizado, com sugestões de leitura de qualidade, e boas parcerias. Tenho a
certeza que todos concordarão que é um precioso blog informativo e que nos
alimenta aquilo que mais precisamos nos dias de hoje: imaginação, cultura,
bem-estar. Tudo conseguido através dos livros!
Boas leituras!
Obrigada Laura pelas bonitas e simpáticas palavras com que nos brindou e pelo tempo que nos dispensou.
Desejo-lhe os maiores sucessos!
Caros Seguidores, Leitores e Amigos a Autora tem uma surpresa para nós! Fiquem atentos :)
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