sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O Cavalheiro Inglês de Carla M. Soares (opinião)

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 400
Editor: Marcador
ISBN: 9789897541254
Coleção: Marcador Literatura
Dimensões: 153 x 234 x 29 mm
Encadernação: Capa mole
Coleção: Marcador Literatura
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática:
Livros em Português
Literatura > Romance


Sinopse
PORTUGAL. 1892. Na sequência do Ultimato inglês e da crise económica na Europa e em Portugal, os governos sucedem-se, os grupos republicanos e anarquistas crescem em número e importância e em Portugal já se vislumbra a decadência da nobreza e o fim da monarquia.
Os ingleses que permanecem em Portugal não são amados.
O visconde Silva Andrade está falido, em resultado de maus investimentos em África e no Brasil, e necessita com urgência de casar a sua filha, para garantir o investimento na sua fábrica.
Uma história empolgante que nos transporta para Portugal na transição do século XIX para o século XX numa descrição recheada de momentos históricos e encadeada com as emoções e a vida de uma família orgulhosamente portuguesa.


A minha opinião

A capa do livro é encantadora e chamou desde logo a minha atenção.

Já há algum tempo que tinha vontade de ler um livro da autora. Pela sua maneira de estar, transmitia-me uma certa curiosidade na maneira de escrever. Adorei a maneira como a Carla nos traçou, desenvolveu e terminou a história.

O Cavalheiro Inglês é um romance de época, passado nos finais do século XIX, de leitura rápida, agradável e compulsiva e com uma escrita fluída, leve, clara, emocionante e envolvente que nos transporta para o interior das suas páginas.

Fiquei feliz por ver que a autora não me decepcionou em nada, era mesmo o que estava à espera. Obrigada Carla pela genuinidade, partilha e por toda a investigação que fez da época e da situação da crise bancária e económica que estava a acontecer por toda a Europa nessa altura.

A maneira como descreve os cenários, os personagens, as roupas e os pormenores, marcam pela clareza com que nos elucida. É um livro delicioso e a autora explorou ao máximo todos os detalhes.

A Sofia fez-me viajar pela época e transportou-me e muito bem para o interior dos finais do século XIX. Toda a trama é um verdadeiro enredo do que se passava naquela época onde as mulheres eram de submissão extrema. A mulher ocupava um papel secundário na família, era submissa e devia obediência ao homem. Responsável pelo tratamento dos filhos e até no que se referia à educação esta era posta em segundo plano. A figura feminina não usufruía de direitos morais nem de autonomia. Mas, Sofia sonhava com os seus ideais e ser independente.  
Sofia era uma jovem da nobreza (na miséria) que adorava ler, era inteligente, curiosa, corajosa, decidida e audaz. Estava empenhada em fazer valer a sua voz. Vai dar luta pela sua emancipação durante a história, porque para ela a "mulher também nasce com cérebro", não era só exclusividade do homem.
Mas vai passar como se costuma dizer “passar as passinhas do Algarve” para defesa da sua família e dos seus ideais. Disposta a lutar contra tudo e contra todos.

O irmão Sebastião (Tião) era um jovem rebelde/revolucionário que se vai meter em situações complicadas, na origem de movimentos políticos. Apaixonado por Ludovina sua noiva.

Robert Clarke (cavalheiro inglês) "tinha um olhar azul como um céu de verão".

Detestei o idiota do duque de Almoster que tanto mal provocou.

Fez-me recordar o livro do Equador embora diferente, aqui a personagem principal é uma mulher. Que bem conseguida esta história, pois para me fazer lembrar um livro que adorei, quer dizer que este não se ficou nada atrás.

Para terminar Recomendo sem reservas a autora Carla M. Soares Quem tiver o romance na estante, pegue nele, quem não o tiver vá já a correr adquiri-lo, pois não se vai arrepender.

Sendo o primeiro livro deste ano, refiro que comecei com nota 10*

Parabéns à Marcador por ter apostado numa autora portuguesa.



Nasceu em 1971, em Moçâmedes, no Namibe. De lá, trouxe escassas memórias e a viagem no corpo.
 

Formou-se em Línguas e Literatura em Lisboa, tornou-se professora, mestrou em Literatura Gótica e Film Studies e estudou História da Arte num doutoramento incompleto.
 

Filha, mãe, mulher, amiga, leitora e escritora compulsiva, viaja pelas letras desde sempre.


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